Alex, o "humilde narrador" deste romance, é o produto de uma civilização em que a violência se transformou num hábito, numa parte integrante da sociedade.

Os adolescentes que, como Alex, cresceram rodeados por essa violência, juntam-se em grupos e aterrorizam uma Londres do futuro, atacando os seus cidadãos ao acaso, roubando e violando, ou brigando entre si. Um dia, Alex é traído pelos seus "drucos" e preso pelos "milicens".


Na prisão, Alex vê-se confrontado com um tipo de violência diferente, uma violência institucionalizada, legalizada e torna-se objecto de um "tratamento" que o condiciona a repudiar qualquer tipo de violência.

Escrito em "nadescente", a líingua que Burgess inventou para as suas personagens, A Laranja Mecânica é um livro sobre o livre arbítrio. Burgess apresenta aos leitores um dilema central da existência humana:

"O que define um homem bom? É bom o homem que escolhe o bem ou aquele a quem o bem é imposto? Não será o homem que escolhe o mal de alguma forma melhor do que aquele que faz o bem porque não tem escolha?"


Em 1971, A Laranja Mecânica foi levado ao cinema pelo realizador Stanley Kubrick, numa adaptaçao que não esteve isenta de controvérsia.

O seu lançamento no Reino Unido causou tantos problemas que o próprio realizador resolveu tirar o filme do mercado britânico, onde permaneceu fora das salas até à morte de Kubrick, em 1999.

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