Sempre achei imensa piada ao conceito das cartas. Se, por um lado, a carta como instrumento de comunicação tem um enorme legado, historicamente reconhecido, eu acho que a carta possui duas ideias associadas que considero extremamente curiosas: a primeira é o facto de as crianças não receberem cartas. Assim, consequentemente, cada carta recebida é um passo para uma - agora reconhecida publicamente – maturidade, expressa na cada vez mais notória individualidade (que a carta ajuda a acentuar). A segunda está claramente associada ao facto de a carta ser extremamente pessoal, mas ao mesmo tempo é manuseada, literalmente manuseada, por um determinado número de pessoas que não sabemos que são, mas nas quais confiamos se sequer pensar.

Tudo isto porque hoje escrevi, digamos, uma espécie de carta. Um e-mail inspirado numa carta conta como carta?

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