Havia qualquer coisa terrivelmente empolgante no exercício da influência... Nenhuma outra actividade se lhe assemelha. Projectar a nossa própria alma em alguma forma graciosa e deuxá-la aí demorar-se por um momento; ouvir as nossas próprias opiniões, as nossas visões intelectuais, reenviadas até nos como um eco, enriquecidas com toda a música da paixão e da mocidade; insinuar noutrem o nosso temperamento, como se fora um subtil ou estranho perfunme; havia nisso um autêntico gozo - talvez o gozo mais grato que nos foi deixado, numa época tão tacanha e vulgar como a nossa, grosseiramente carnal nos seus prazeres e charra nos seus objectivos...

Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray

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